Cada um no seu quadrado
Champagne: é o rei leão dos espumantes, está no topo da pirâmide destes vinhos, até no preço. São mais intensos, ricos e de paladar apurado, com aromas que lembram panificação, às vezes de cor mais para o dourado. O espumante nasceu na região de Champagne, localizada no nordeste da França, e segue regras rígidas. As únicas uvas permitidas são: a branca chardonnay (dá finesse, notas florais e minerais), e as tintas pinot noir (frutas vermelhas e estrutura ao vinho) e pinot meunier (frutado). Estranhou o uso de tintas em champanhes? Mas é assim mesmo, são usadas tanto uvas brancas como tintas, o que dá a cor ou não a um vinho é o contato da bebida com as cascas.
Todo vinho sofre uma fermentação para transformar o açúcar da uva em álcool. Nos efervescentes, são duas. No champanhe, a segunda fermentação é feita na própria garrafa – a este método se dá o nome de champenoise, ou clássico. Além, claro, do terroir, da tradição e das uvas este método é o que dá a elegância e intensidade à bebida. Dos diferentes estilos de champanhes, os mais caros e refinafos podem ficar até dez anos repousando nas caves amtes de sair no mercado.
Champagne só em Champagne
Se topar com um espumante fora da França com o nome “champagne” gravado na etiqueta, desconfie. É a única região do planeta autorizada a usar esta designação nos rótulos. Na verdade, existem exceções que conseguiram burlar esta restrição, mas vale como regra.
Produtores importantes
Billecart-Salmon, Bollinger, Chrales Heidsieck, Drappier, Krug, Laurent-Perrier, Louis Roederer, Moët & Chandon, Pol Roger, Ruinart, Salon, Tattinger, Veuve Clicquot Ponsardin.
Crémant: espumante genérico francês, também elaborado pelo método clássico, produzido fora da região delimitada de Champagne, sendo que o maior volume vem da região do Loire. Costumam ter menos pressão e são mais ligeiros. Não há muita oferta de rótulos no Brasil.
Produtores importantes
Louis Bouillot, Dopff au Moulin, Vigneau-Chevreau, Grandin
Cava: outro espumante feito pelo método clássico – esqueceu o que é? Segunda fermentação na garrafa –, mas agora na Espanha, na região de Penedés, na Catalunha. As uvas são nativas: macabeo, viura (dão um toque frutado), parellada (acidez) e xarel-lo (acidez e potência). A Espanha é o segundo maior produtor de espumantes do mundo. A gigante Cordoniu coloca no mercado 130 milhões de garrafas ao ano. São facilmente encontradas nas prateleiras de supermercados e são deliciosos e potentes, vale experimentar.
Produtores importantes
Freixenet, Cordoniu
Prosecco: quem já passeou por este Blog do Vinho já sabe. Prosecco nada mais é que uma uva nativa da Itália, mais precisamente da região de Valdobbiadene e Canegliano, no Vêneto. Com ela, se faz este espumante que, ao contrário dos vinhos efervescentes anteriores, é elaborado pelo método charmat. O que é isso? Aqui, a segunda fermentação se dá em grandes tanques fechados de aço inoxidável que suportam altas pressões (a pressão do gás chega até a 7 atmosferas). Há proseccos mais refinados, eles chegam da região de Cartize, mas a grande maioria é uma bebida mais fácil, de cor mais clara e de sabor próprio. A propósito, há proseccos no mercado de grande volume bem ruins, se puder, evite. Tem prosecco no Brasil? Tem. E ao contrário do champanhe, pode ter seu nome estampado no rótulo. São frescos e honestos, uma boa opção aos italianos mais comuns.
Produtores importantes
Adami, Bisol, Mionetto e Nino Franco
Espumantes (sparkling wines): nome genérico para todo vinho com duas fermentações. Há rótulos da Itália, da Argentina, de Portugal – em toda parte –, até a Inglaterra começou a se aventurar neste mercado. O Brasil produz espumantes premiados em vários concursos sérios e reconhecidos pela crítica internacional e nacional. O ranking promovido pela Playboy e já comentado neste blog é uma prova deste nível de qualidade. A grande maioria é elaborado pelo método charmat com bons resultados; algumas vinícolas arriscam o método clássico, nem sempre superiores ao charmat. No Brasil, além das uvas francesas chardonnay e pinot noir, é comum o uso da riesling itálico que teve boa adaptação no sul do país. Nossos espumantes se caracterizam pela boa acidez, frescor e média intensidade, um vinho de celebração, acima de tudo.
Produtores importantes
Aurora, Chandon, Dal Pizzol, Dom Cândido, Marson, Miolo, Piagentini, Pizzato, Salton, Valduga, Vallontano
Seco = brut
Os espumantes e champanhes podem ser brut, sec e doux. Essas expressões nos rótulos indicam o grau de açúcar por litro em cada garrafa. Atualmente, 80% do mercado são dominados pelo tipo brut, que é mais seco e com baixa concentração de açúcar. Sec, ao contrário do que parece, não é seco, mas levemente adocicado. Mais comum encontrar a expressão demi-sec. Doux dispensa explicações.
Fala sério, não é tudo igual, não é mesmo? Chato, eu?
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