5 de novembro de 2011

"Fiz a maior burrice", diz Luciano sobre briga com Zezé

Dada a hora, não vou me alongar muito sobre a volta aos palcos da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano - apesar de que pelo que se observou, eles nunca dele saíram..... Mas prometo detalhar-me sobre o assunto outra hora.

3 de novembro de 2011

Impressões de Malkovich sob o som de música clássica

Com ingressos esgotados, pouco mais de 2.200 pessoas - entre eles muitos atores e outros artistas brasileiros - estiveram na estreia da turnê brasileira de “The Infernal Comedy – Confissoes de um Serial Killer”, protagonizada pelo ator norte-americano John Malkovich, 57 anos, no Theatro Municipal.

Conhecido no Brasil pelo filme Quero Ser John Malkovich, sua performance na pele do assassino austríaco Jack Unterweger no tradicional palco carioca se mostrou tão excêntrica quanto seus papéis anteriores. O que não é exatamente novidade, já que Malkovich é conhecido por suas esquisitices.

Alternada por árias de Mozart, Vivaldi, Weber, Beethoven e Haydn, abrem-se as cortinas de The Infernal Comedy e o público se vê diante de uma orquestra barroca, sob a batuta do maestro Martin Haselbock para executar L’enfer (O Inferno), trecho de “Don Juan”, de Gluck.



Na tela em que o público acompanhou o ácido monólogo de John ora se lia o texto adiantado ora atrasado. Para aqueles que falam inglês, o ideal era esquecer qualquer forma extra de compreensão e seguir para as falas no idioma anglo-saxão. Afinal, Malkovich praticamente recitava o texto em inglês bastante compreensível até para aqueles que pararam o curso no nível médio.

Além disso, pareceu em diversos momentos que trocaram o técnico de iluminação minutos antes do espetáculo, pois a impressão é que ele estava perdido diante dos movimentos do protagonista. Pior: às vezes era possível ouvi-lo falando em seu rádio. Falhas de produção facilmente consertáveis para os próximos espetáculos em Salvador e em São Paulo.

Tirando estas questões, a grande surpresa ficou por conta das sopranos Marie Arnet e Kirsten Blaise – no Brasil, Blaise dividirá as apresentações com Sophie Klussman. Estas sim trouxeram energia e arrancaram aplausos da plateia (muito embora Malkovich tenha arrancado risos em muitas situações, caçoando de Los Angeles e do sotaque do ex-governador (austríaco) da Califórnia Arnold Schwarzenegger além dos cômicos improvisos em português ao falar João, bunda e o clássico obrigado.

De forma resumida, a originalidade com que o enredo da peça foi conduzido envolveu a plateia do Rio de Janeiro, mas a produção do espetáculo deixou a desejar em alguns momentos. Quem sabe isso não melhore em 2012, quando John Malcovich voltar ao Brasil no papel de Giacomo Casanova em "The Giacomo Variations", papel este que já está ensaiando.

Nota mental: se o Theatro Municipal passou por uma recente reforma, porque manter um telão tão antiquado e que dificulta a leitura? Não tinha um modelo mais moderno? Cri cri cri cri....

2 de novembro de 2011

Keep Walking, Brazil

"No início dos tempos, na parte sul das Américas, habitava um gigante. Um dos poucos que andavam sobre a Terra. Gigante pela própria natureza, e sendo natureza ele próprio, era feito de rochas, terra e matas, que moldavam sua figura. Pássaros e bichos pousavam e viviam em seu corpo e rios corriam em suas veias. Era como um imenso pedaço de paisagem que andava e tinha vontade própria”.

Assim começa o texto criado pela Johnny Walker para a campanha Keep Walking Brazil, feita no Brasil pela primeira vez na história da marca. Criada pela Neogama/BBH, o filme enaltece o momento pelo qual passa a economia do país.

O parágrafo acima entre aspas é a primeira parte do texto intitulado Gigante Pela Própria Natureza, uma clara alusão ao hino brasileiro (hino este já eleito em enquetes internacionais o segundo mais bonito do mundo, perdendo apenas para a clássica A Marselhesa, hino francês).

Este é um sinal claro da importância que o Brasil ganhou no mundo a ponto das marcas, que antes produziam campanhas internacionais e as reproduziam no país sem qualquer traço regional, hoje deslocarem imensas quantias para desenvolverem propagandas exclusivas para o público brasileiro.

Não é à toa. O país conta com invejável perspectiva de crescimento por pelo menos 30 anos se baseada apenas na mão de obra disponível graças à sua população jovem. O Brasil deixou, já há muito tempo, a crise de outubro de 2008, vide o mercado imobiliário, que se encontra no patamar verificado no 3º trimestre de 2008.

O mercado brasileiro está tão cobiçado que a revista The Economist realizou em São Paulo seminário para discutir o crescimento do país. Enquanto os países desenvolvidos - Europa, Japão e Estados Unidos - mostram claros sinais de que não sabem como resolver a crise que assola suas economias, o Brasil precisa desacelerar seu crescimento e evitar que volte o velho fantasma da inflação. Todos os países do Norte adorariam estar no lugar do Brasil.


Abaixo, a continuação do texto Gigante Pela Própria Natureza.

‘“Caminhava com passadas vastas como vales e tinha a estatura de montanhas sobrepostas. Ao norte, em seu caminho, encontrava sol quente e brilhante nas quatro estações do ano. Ao sul, planaltos infindáveis. A oeste, planícies e terras cheias de diversidade. E a leste, quilômetros e quilômetros de praias onde o mar tocava a terra gentilmente, desde sempre. Havia também uma floresta como nenhuma outra no planeta. Tão grande, verde e viva que funcionava como o pulmão de todo o continente à sua volta.

Mesmo diante de tudo isso, um dia, enquanto caminhava, o gigante se inquietou. Parou então à beira-mar e ali, entre as águas quentes do Atlântico e uma porção de terra que subia em morros, deitou-se. E, deitado nesse berço esplêndido, olhou para o céu azul acima se perguntando: “O que me faz gigante?“.

Em seguida, imaginando respostas, caiu em sono profundo.Por eras, que para os gigantes são horas, ele dormiu. Seu corpo gigantesco estirado, o joelho dobrado formando um grande monte, uma rocha imensa denunciando seu torso titânico e a cabeça indizível, coberta de árvores e limo.

Dormiu até se tornar lenda no mundo. Uma lenda que dizia que o futuro pertencia ao gigante, mas que ele nunca acordaria e que o futuro seria para ele sempre isso: futuro.

No entanto, com o passar do tempo ficou claro que nem mesmo as lendas devem dizer “nunca”. Depois de muito sonhar com a pergunta sobre si, o gigante finalmente despertou com a resposta.

Acordou, ergueu-se sobre a terra da qual era parte e ficou de frente para o horizonte. Tirou então um dos pés do chão e, adentrando o mar, deu um primeiro passo. Um passo decidido em direção ao mundo lá fora para encontrar seu destino. Agora sabendo que o que o faz um gigante não é seu tamanho, mas o tamanho dos passos que dá”’.

Assista ao vídeo:


31 de outubro de 2011

Pop à moda portuguesa



Formada por Sónia Tavares (vocais), Nuno Gonçalves (teclados), John Gonçalves (teclados e baixo) e Miguel Ribeiro (guitarra e baixo), a banda portuguesa The Gift faz um som marcadamente pop, e chama a atenção por conter traços facilmente identificáveis da sonoridade lusitana.

O grupo se apresentou recentemente ao público do palco Sunset do Rock in Rio e nos Estados Unidos. Depois dos palcos do festival carioca, a banda se apresentou no Teatro Odisseia, local da Lapa famoso não só pela frequência, digamos mais "hipponga", mas que reserva uma surpresa semanal.

Embora portugueses, não é na última flor do Lácio que o público da banda se diverte. O grupo canta em inglês, mas não porque queria atingir um público maior - fato este inegável - mas principalmente por conta das suas influências musicais.

A banda já vendeu mais de 100 mil cópias dos álbuns Fácil de Entender (2006) em vários países. Em 2006, fizeram seus primeiros shows no Brasil tocando no Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e no Festival Porto Musical, em Recife.

Recentemente, a banda assinou contrato com a americana Billions, agência de música alternativa/ independente que conta com nomes como Nick Cave, Vampire Weekend, Arcade Fire, Beirut, estes últimos, fuguras conhecidas no Brasil.

Seu novo trabalho Explode foi produzido por Ken Nelson, produtor dos três primeiros álbuns do Coldplay. Este trabalho contou com a conhecida estratégia Radiohead: foi disponibilizado no site da banda, ao preço que o consumidor desejasse pagar por uma semana.

Assista ao vídeo the Race is Long:




21 de outubro de 2011

Sessões na faixa na Mostra Internacional de Cinema de SP

Embora esteja acabando, dá tempo de encontrar algumas sessões gratuitas na 35ª Mostra Internacional de Cinema, em São Paulo. De 21 de outubro a 3 de novembro, é possível encontrar sessões gratuitas para estudantes secundaristas, na 12ª. Edição do Festival da Juventude, e para o público em geral, na FAAP e no vão do MASP.

O Festival da Juventude ainda conta com sessões no Cine Livraria Cultura, no MIS e no Cine Sabesp. A indicação etária é a partir de 14 anos e todos podem conferir filmes como O Palhaço, de Selton Mello; O Vira Casaca (Flying Pigs), de Anna Kazejak; O Som do Amor (Ami Aadu), de Somnath Gupta e Malditos Cartunistas , de Daniel Paiva e Daniel Garcia.

No vão do MASP, os pedestres se juntam aos cinéfilos em sessões ao ar livre. Já foram exibidos Lope, de Andrucha Waddington; Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos ( You Will Meet a Tall Dark Stranger), de Woody Allen; Singularidades de Uma Rapariga Loira, de Manuel de Oliveira e Deixa Ela Entrar, de Thomas Anderson , entre outros.

Já na FAAP, os alunos da Fundação se juntam ao público da Mostra em sessões de filmes como Mike, de Lars Blumers; Rio Violento (Wild River), de Elia Kazan; Era Uma Vez... Laranja Mecânica (Ila Était Une Foi... Orange Mécanique), de Antoine de Gaudemar; e Uma Carta Para Elia (A Letter to Eua), de Martin Scorsese. A entrada nas sessões da FAAP está sujeita à disponibilidade de lugares da sala.

Veja a programação completa das sessões gratuitas no site www.mostra.org.

18 de junho de 2011

Projetos que mudam uma cidade

A cidade de Nova York inaugurou a segunda seção de uma das grandes novidades do seu verão, a High Line. Perdoem-me a comparação, mas ela seria uma espécie de Minhocão (em São Paulo) ou um Elevado da Perimetral (no Rio de Janeiro) e corta mais de 20 blocos a partir do Meatpacking District.

O Prefeito da Cidade de Nova York, Michael R. Bloomberg, criou o primeiro parque suspenso dos EUA. E virou uma febre entre os moradores da cidade e os turistas. Construído sobre uma ferrovia tombada que data da década de 30, a High Line foi aberta, oficialmente, em 2009.

Após anos de planejamento, a segunda fase do projeto conectará mais dois bairros: West Chelsea e Midtown West.

Segundo Bloomberg, desde que o projeto da High Line foi inaugurado, os bairros no entorno desembolsaram mais de US$2 bilhões em melhorias, com a construção de mais de 1.000 novos quartos de hotel, galerias de arte, lojas, restaurantes e um florescimento urbano e imobiliário sem precedentes.




A segunda fase dobra o tamanho do parque que há dois anos tirou Meatpacking District do ostracismo. Após uma batalha para que a antiga linha férrea não fosse demolida, a Associação Amigos da High Line conseguiu seu tombamento oficial. E com a ajuda do Prefeito Bloomberg, também levantou recursos para a restauração de toda a área, convertida em parque suspenso.

Os resultados foram muito surpreendentes, pois criaram uma área verde inusitada em meio a um perímetro quase que totalmente industrial, levando designers e marcas famosas a ocuparem galpões antes desvalorizados. Ou seja, revitalizou bairros decadentes da cidade, mais ou menos o que ocorre em Sao Paulo, o Minhocão corta bairros que outrora já foram considerados pujantes e que hoje exprimem a decadência e os maus tratos à cidade.

Graças à Hogh Line, hoje em dia é possível conferir a transformação meteórica da região, convertida em uma das zonas mais descoladas de Nova York. Além de sua intensa vida noturna, é possível se hospedar em um dos novos hotéis com vista para o verde suspenso e caminhar 2.500 metros em meio a natureza, cortando 19 quadras e três bairros diferentes sem nenhum carro à vista.

A Seção 2 tem entrada entres as avenidas 10 e 11, oferecendo uma experiência urbana única ao turista com prédios e casas históricas emolduradas pelos famosos Chrysler Building, Empire State Building e o New Yorker Hotel.

A paisagem preza por estruturas dos trilhos preservadas como na concepção original da ferrovia. Os paisagistas também optaram por manter a vegetação natural que crescia nos trilhos abandonados, criando um efeito ligeiramente "selvagem".

Os guard rails, verdadeiros tesouros da art deco foram restauados e harmonizam com as pistas de cooper e área de descanso criadas para integrar famílias, locais e turistas em torno do Hudson Rail Yards, entre a West 30th e West 34th St.

Durante todo o verão, praças públicas oferecerão experiências gastronômicas, contarão com instalações artísticas, apresentações musicais e culturais.

Seria este um bom destino para o Minhocão?

16 de junho de 2011

Como cobrir desastres?

Quem já esteve em uma área que passou por uma tragédia, em algum momento,
se perguntou se estava realizando a melhor cobertura.

Seja um tsunami, uma enchente sem precedentes no meio urbano ou um terremoto, há formas corretas para jornalistas e outros profissionais lideram com cada situação.

Neste arquivo em PDF, elaborado pela ONU (organização das Nações Unidas), há uma série de orientações e dicas para que jornalistas consigam lidar da melhor forma
com algumas situações que poderão enfrentar durante a cobertura.

Este ano, o Brasil passou por um desastre na Região Serrana, chuvas no nordeste, em Sao Paulo, enchentes em abril no Rio de Janeiro, uma ventania no Sudeste e
o isolamento de Roraima também por conta das chuvas.

Está vendo? Vale a pena dar uma olhada no manual.

15 de junho de 2011

O texto jornalístico e o juridiquês

Simples, conciso, direto, sem palavras difíceis ou eruditas. Um meio-termo entre a linguagem escrita e a oral. Esse deveria ser a essência de um bom texto jornalístico noticioso. Originário do final do século XIX nos Estados Unidos e dominando até hoje o padrão textual da imprensa do Ocidente, o texto jornalístico noticioso clássico começa a dar espaço a outras formas de experimentações.

Dicionário de termos jurídicos

Não é raro ver em veículos da imprensa brasileira ocasiões em que editores em momentos felizes deixam seus repórteres utilizarem textos mais trabalhados estilisticamente para falar (e contar) sobre fatos corriqueiros.

Vide um obituário que li certa vez no Estadão sobre a morte de um colega de redação, ou mesmo quando em um simples texto sobre o Dia dos Namorados a famigerada pirâmide invertida deu espaço a um texto original e gostoso de ler.

Mas convenhamos, nem sempre é possível ser tão conciso assim. O exemplo mais clássico é quando jornalistas têm que redigir, de forma compreensível, as sentenças ou decisões corriqueiras do Ministério Público. O juridiquês se torna um pesadelo.

A linguagem usada nos tribunais brasileiros, sinceramente, não é de fácil entendimento para a maioria dos cidadãos – muitas vezes, nem para os jornalistas. Embora seja a forma mais erudita, esta não pode se tornar uma ferramenta para que poucos tenham o real conhecimento do que se pretende declarar, ou seja, o excesso de formalidade não deve servir para que a população não compreenda uma sentença, ou pior, seja responsável pela exclusão de um direito, o acesso ao conhecimento sobre as leis e direitos.

Ter apreço pela palavra certa dentro de uma frase ou período é um dom visto cada vez menos no universo jornalístico. E deveria ser uma obrigação. Quantos jornalistas você conhece que ainda recorre a um dicionário?

Eu, rapidamente, me lembro de apenas três.

14 de junho de 2011

A Voz de uma Lésbica Síria

Uma voz se levanta da internet e o mundo começa a saber o que acontece por dentro da sociedade síria. O país que se tornou alvo da revolta da opinião pública mundial há dois meses, quando um blog corajoso de uma lésbica começou a contar o que ela sofria devido as perseguiçoes do governo.

Amina Abdullah é a blogueira de 34 anos que se tornou o símbolo da revolução da Síria. Expressava-se com destreza sobre as situaçoes pelas quais vivia e sem medo das possíveis represálias, comparava o que ocorria em seu país com o que poderia ser se vivesse nos Estados Unidos, país de sua mae.

Ela passou a vida entre Estados Unidos e Síria. Depois de estampar o The Guardian, a vida da blogueira mudou. Neste momento, você já deve ter percebido que alguma coisa errada deve ter acontecido.

O ápice da história acontece quando seus posts, escritos em ótimo inglês sobre sua homossexualidade e a política síria, cessaram por algum tempo e retornaram com sua família informando que ela havia sido presa pelo governo.

Sim, a farsa foi desmontada quando O blogueirO escocês de 40 anos confessou que era o autor do blog, Nesta entrevista para a Veja ele tenta explicar um pouco o que levou a escreversobre o tema, ja que alega ser heterossexual, mas o mais interessante foi a comoçao que o assunto tomou na mídia.

O cara responsável pela farsa está em, digamos, apuros. Pelo penos um pequeno apuro. Agora ele tem que lidar com a ira de fãs raivosos que estão indignados por terem sido enganados; tem que lidar com a imprensa que o aponta como um mentiroso que poderia ter dito que o que estava sendo feito era uma “obra ficcional baseada em fatos reais” e ainda convive com dezenas de e-mails e telefonemas querendo que ele, continue, por se explicar e responder quais motivos levaram-no a se colocar na pele de uma lésbica siria.

Para a silenciosa parte da sociedade síria, seu blog representava um ato de liberdade. Somente por meio da web aquele grupo poderia libertar-se utilizando as experiências de uma parceira lésbica, que havia se voltando contra o stablishment de sua sociedade e se tornado uma ferina adversária política de um governo, ficando em poucas palavras, autoritário.

O fato de Amina, não ser mais a Amina que todos acreditavam diminui a importância que o blog tinha? O fato da fake Amina ter trazido esperança, diálogo e levado à mídia o que acontece no âmago de uma sociedade fechada já não tem o seu valor? Se ele tivesse dito que era uma obra de ficcão baseada em fatos reais teria recebido o mesmo tratamento e respeito?

Tudo isso, desde os posts ao desenrolar dos fatos, valem pela boa reflexão.

17 de maio de 2011

Quem perdeu o controle?


Na ópera I Pagliacci, de Leoncavallo, uma trupe de atores chega para apresentar uma comédia num povoado de uma pequena província italiana. Na apresentação, há um triângulo amoroso entre Colombina, Pagliaccio e Arlecchino, que espelha outro triângulo entre intérpretes desses personagens – a tal ponto que a “ficção” da comédia começa a se embaralhar com a “realidade” dos atores. Essa ópera é um exercício de metalinguagem, de cena dentro da cena. Um jogo curioso, por jogar um holofote no mundo privado dos criadores.

Lançaram mão desse recurso artistas de todas as áreas, na literatura de Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade, na pintura de Munch e Velásquez, no cinema de Woody Allen, Hitchcock e Kurosawa. A metalinguagem é um caminho desejado pelo autor para se colocar um pouco mais ao olhar do outro, derrubando essa fronteira, chegando mais perto. Eu sou fã desse movimento e me divirto me sentindo cúmplice dessa íntima exposição.

Ótimo texto do Fábio Assunção para a Trip.

13 de maio de 2011

Churrasco da “gente diferenciada” é um tapa na cara de Higienópolis

Pouco tempo antes desse texto, mais de 50.000 pessoas se inscreveram no Facebook para participar do "Churrasco da Gente Diferenciada", protesto contra o raciocínio esnobe de um grupo de 3.500 pessoas da pseudo inteligentzia paulistana que praguejavam contra a decisão de uma estação de metrô no coração do endinheirado bairro de Higienópolis.

Não sei o que é pior. A falta de raciocínio desse grupo, que gasta milhares de dólares para fazer compras na 5ª Avenida, em Nova York,– local também onde estão localizadas, na face sul, as lojas de grife mais caras da cidade - e voltam para seus hotéis nos imundos, barulhentos e sombrios vagões do metrô da cidade ou a inocência em achar que chegaria uma “gente diferenciada” só por que uma estação seria implantada no local.

Por acaso algum de vocês, que já esteve em Nova York, se lembra de “gente diferenciada” diante da estação da Avenida Lexington com a rua 59? Sinceramente, não!

Não tiro a razão de quem diz que a minha São Paulo é elitista e excludente, individualista e preconceituosa quando fatos assim ocorrem. Mas, ao invés de pegar em armas, sair atirando ou depredando, “a gente diferenciada” deu a melhor resposta que esses boçais poderiam ter: um churrasquinho com refrigerante barato, carne de gato e claro, pagode!

Tem tapa na cara maior que esse? Pessoalmente, não teria planejado uma réplica tão boa quanto esta que meu mais novo amigo Danilo Saraiva criou.

Resumo. As pessoas deixaram mensagens como "eu vou tomar o refrigerante barato" ou "Eu vou trazer a maionese" e ainda “Levo a carne de gato”, com mais intensidade depois que o governo do Estado de São Paulo derrubou os planos de criar a estação Higienópolis.

O Metrô disse na quarta-feira (11) que está sendo avaliada uma nova localização para a Estação Angélica da Linha 6-Laranja. Nosso querido e estimado governador Alckmin negou que a forte pressão dos moradores do bairro tenha motivado a decisão.

Mas só essa explicação não colou. O Ministério Público de São Paulo solicitou à presidência da Companhia do Metropolitano – jeito oficial de se referir ao metrô - e à Secretaria de Transportes Metropolitanos quais as razões técnicas para a mudança da estação, que agora vai ficar mais próxima do estádio do Pacaembu.

Claramente, o objetivo é saber se a pressão dos moradores contribuiu para a mudança. Ao que tudo indica, segundo argumenta o promotor Antonio Ribeiro, “não se pode aceitar a ideia de que um grupo de pressão seja capaz de determinar onde fica uma estação de metrô”.

Agora entendo o que, há poucas semanas, quis dizer o presidente do todo-poderoso país-do-norte ao afirmar que o Brasil era um exemplo da vibrante democracia que emergira após anos de ditadura.

Podemos um dia ser ricos, mas nosso caldeirão efervescente de ideias, gostos, perfeições e imperfeições vai continuar criando esse caos sensacional em que vivemos, pois não queremos ser iguais a estes quatrocentões preconceituosos.

Ao contrário, somos vibrantes justamente por que nossa civilização é imperfeita, e é graças a ela que nos damos ao luxo de chegarmos ao quintal do vizinho que atira pedras e convidá-lo para um churrasquinho.

Mas afinal, para que uma estação em Higienópolis? Estação de metrô é coisa de bairro rico, riquíssimo, eu diria até milionário. E Higienópolis, tá longe de ser isso em São Paulo, tem muitos outros bairros mais chiques.

Frases

"Eu não uso o metrô. Isso vai acabar com a tradição do bairro", psicóloga Guiomar Ferreira a um repórter para folha.com.

"Você já viu o tipo de pessoas que estão ao redor das estações de metrô? Viciados em drogas, mendigos ... gente diferenciada”.

11 de maio de 2011

Oito mitos sobre o Rio de Janeiro

Praia de Botafogo
Foto: Sérgio Vieira


MITO: Você vai encontrar muitas praias de nudismo.

FATO: Nas praias do Rio de Janeiro podem ser observadas diminutas roupas de banho, mas fazer topless é ilegal, exceto na única praia da cidade onde o nudismo é permitido, Abricó.

MITO
: A taxa de criminalidade continua a subir.

FATO: Eu fui advertido repetidamente para evitar andar sozinho durante o dia e especialmente à noite, que os ladrões e outros criminosos ficam esperando em quase todas as esquinas. Na verdade, eu não acho o Rio mais perigoso do que qualquer outra capital importante que eu visitei.

E os índices de criminalidade do Rio têm diminuído, com 2.010 marcando a menor taxa de homicídio desde que se começou a fazer esta medição. E, se você comparar os roubos de veículos e homicídios em fevereiro de 2011 com os de 2010, cada crime caiu em pelo menos 14%.

Não admira: os policiais são motivados a manter o baixo índice de criminalidade - cada um recebe um bônus de 1.800 dólares se a sua região observar um declínio da criminalidade durante o ano.

Além disso, com a próxima da Copa do Mundo 2014 e Olimpíada de 2016, a cidade tem intensificado seus esforços de combater o crime por meio das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) mobilizados em favelas da cidade para combater o tráfico de drogas.

Confira mais no Huffington Post.

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