5 de novembro de 2011

"Fiz a maior burrice", diz Luciano sobre briga com Zezé

Dada a hora, não vou me alongar muito sobre a volta aos palcos da dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano - apesar de que pelo que se observou, eles nunca dele saíram..... Mas prometo detalhar-me sobre o assunto outra hora.

3 de novembro de 2011

Impressões de Malkovich sob o som de música clássica

Com ingressos esgotados, pouco mais de 2.200 pessoas - entre eles muitos atores e outros artistas brasileiros - estiveram na estreia da turnê brasileira de “The Infernal Comedy – Confissoes de um Serial Killer”, protagonizada pelo ator norte-americano John Malkovich, 57 anos, no Theatro Municipal.

Conhecido no Brasil pelo filme Quero Ser John Malkovich, sua performance na pele do assassino austríaco Jack Unterweger no tradicional palco carioca se mostrou tão excêntrica quanto seus papéis anteriores. O que não é exatamente novidade, já que Malkovich é conhecido por suas esquisitices.

Alternada por árias de Mozart, Vivaldi, Weber, Beethoven e Haydn, abrem-se as cortinas de The Infernal Comedy e o público se vê diante de uma orquestra barroca, sob a batuta do maestro Martin Haselbock para executar L’enfer (O Inferno), trecho de “Don Juan”, de Gluck.



Na tela em que o público acompanhou o ácido monólogo de John ora se lia o texto adiantado ora atrasado. Para aqueles que falam inglês, o ideal era esquecer qualquer forma extra de compreensão e seguir para as falas no idioma anglo-saxão. Afinal, Malkovich praticamente recitava o texto em inglês bastante compreensível até para aqueles que pararam o curso no nível médio.

Além disso, pareceu em diversos momentos que trocaram o técnico de iluminação minutos antes do espetáculo, pois a impressão é que ele estava perdido diante dos movimentos do protagonista. Pior: às vezes era possível ouvi-lo falando em seu rádio. Falhas de produção facilmente consertáveis para os próximos espetáculos em Salvador e em São Paulo.

Tirando estas questões, a grande surpresa ficou por conta das sopranos Marie Arnet e Kirsten Blaise – no Brasil, Blaise dividirá as apresentações com Sophie Klussman. Estas sim trouxeram energia e arrancaram aplausos da plateia (muito embora Malkovich tenha arrancado risos em muitas situações, caçoando de Los Angeles e do sotaque do ex-governador (austríaco) da Califórnia Arnold Schwarzenegger além dos cômicos improvisos em português ao falar João, bunda e o clássico obrigado.

De forma resumida, a originalidade com que o enredo da peça foi conduzido envolveu a plateia do Rio de Janeiro, mas a produção do espetáculo deixou a desejar em alguns momentos. Quem sabe isso não melhore em 2012, quando John Malcovich voltar ao Brasil no papel de Giacomo Casanova em "The Giacomo Variations", papel este que já está ensaiando.

Nota mental: se o Theatro Municipal passou por uma recente reforma, porque manter um telão tão antiquado e que dificulta a leitura? Não tinha um modelo mais moderno? Cri cri cri cri....

2 de novembro de 2011

Keep Walking, Brazil

"No início dos tempos, na parte sul das Américas, habitava um gigante. Um dos poucos que andavam sobre a Terra. Gigante pela própria natureza, e sendo natureza ele próprio, era feito de rochas, terra e matas, que moldavam sua figura. Pássaros e bichos pousavam e viviam em seu corpo e rios corriam em suas veias. Era como um imenso pedaço de paisagem que andava e tinha vontade própria”.

Assim começa o texto criado pela Johnny Walker para a campanha Keep Walking Brazil, feita no Brasil pela primeira vez na história da marca. Criada pela Neogama/BBH, o filme enaltece o momento pelo qual passa a economia do país.

O parágrafo acima entre aspas é a primeira parte do texto intitulado Gigante Pela Própria Natureza, uma clara alusão ao hino brasileiro (hino este já eleito em enquetes internacionais o segundo mais bonito do mundo, perdendo apenas para a clássica A Marselhesa, hino francês).

Este é um sinal claro da importância que o Brasil ganhou no mundo a ponto das marcas, que antes produziam campanhas internacionais e as reproduziam no país sem qualquer traço regional, hoje deslocarem imensas quantias para desenvolverem propagandas exclusivas para o público brasileiro.

Não é à toa. O país conta com invejável perspectiva de crescimento por pelo menos 30 anos se baseada apenas na mão de obra disponível graças à sua população jovem. O Brasil deixou, já há muito tempo, a crise de outubro de 2008, vide o mercado imobiliário, que se encontra no patamar verificado no 3º trimestre de 2008.

O mercado brasileiro está tão cobiçado que a revista The Economist realizou em São Paulo seminário para discutir o crescimento do país. Enquanto os países desenvolvidos - Europa, Japão e Estados Unidos - mostram claros sinais de que não sabem como resolver a crise que assola suas economias, o Brasil precisa desacelerar seu crescimento e evitar que volte o velho fantasma da inflação. Todos os países do Norte adorariam estar no lugar do Brasil.


Abaixo, a continuação do texto Gigante Pela Própria Natureza.

‘“Caminhava com passadas vastas como vales e tinha a estatura de montanhas sobrepostas. Ao norte, em seu caminho, encontrava sol quente e brilhante nas quatro estações do ano. Ao sul, planaltos infindáveis. A oeste, planícies e terras cheias de diversidade. E a leste, quilômetros e quilômetros de praias onde o mar tocava a terra gentilmente, desde sempre. Havia também uma floresta como nenhuma outra no planeta. Tão grande, verde e viva que funcionava como o pulmão de todo o continente à sua volta.

Mesmo diante de tudo isso, um dia, enquanto caminhava, o gigante se inquietou. Parou então à beira-mar e ali, entre as águas quentes do Atlântico e uma porção de terra que subia em morros, deitou-se. E, deitado nesse berço esplêndido, olhou para o céu azul acima se perguntando: “O que me faz gigante?“.

Em seguida, imaginando respostas, caiu em sono profundo.Por eras, que para os gigantes são horas, ele dormiu. Seu corpo gigantesco estirado, o joelho dobrado formando um grande monte, uma rocha imensa denunciando seu torso titânico e a cabeça indizível, coberta de árvores e limo.

Dormiu até se tornar lenda no mundo. Uma lenda que dizia que o futuro pertencia ao gigante, mas que ele nunca acordaria e que o futuro seria para ele sempre isso: futuro.

No entanto, com o passar do tempo ficou claro que nem mesmo as lendas devem dizer “nunca”. Depois de muito sonhar com a pergunta sobre si, o gigante finalmente despertou com a resposta.

Acordou, ergueu-se sobre a terra da qual era parte e ficou de frente para o horizonte. Tirou então um dos pés do chão e, adentrando o mar, deu um primeiro passo. Um passo decidido em direção ao mundo lá fora para encontrar seu destino. Agora sabendo que o que o faz um gigante não é seu tamanho, mas o tamanho dos passos que dá”’.

Assista ao vídeo:


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