O cineasta Woody Allen parece estar no caminho oposto ao seu
colega de profissão Pedro Almodóvar. Enquanto o espanhol deixa para trás suas
raízes multicolores e amadurece sua produção com histórias mais dramáticas e
roteiros mais críticos a partir de Volver (2006, que foi seguido por Abraços
Partidos, 2009, e A Pele que Habito, 2011), seu colega americano, que sofria
críticas justamente por produzir títulos considerados extremamente apurados e
dirigidos a um público mais elitista, parte para uma fase em que os risos
cresceram, mas diminuiu a genialidade.
Para Roma Com Amor, terceira película do tour europeu em que se embrenhou Woody Allen, brinca com os estereótipos dos italianos, universais a qualquer plateia do planeta, mas em um roteiro fraco que não é capaz de unir as histórias que desde o início da trama sugerem-se que vão se entrelaçar.
Seguido por Vicky Christina Barcelona e Meia-Noite em Paris, produções que encantaram a crítica justamente pela originalidade de seus roteiros e personagens (detalhe para as inusitadas cenas de Ernest Hemingway, Cole Porter, Salvador Dalí e Fitzgeralg, um deleite para quem conhece minimamente a obra desses grandes mestres) Para Roma com Amor é fraco, cheio de clichês e, definitivamente, não fará parte do roll de obras primas de Woody Allen.
Nem mesmo o talento de Ellen Page (a eterna Juno) e de Jesse Eisenberg (Rio e A Rede Social) conseguem alavancar a trama, que conta ainda com a presença de Penelope Cruz e Alec Baldwin em performances no mínimo efêmeras. Se você busca boas risadas, o filme fará este papel a contento, não mais que isso, já que faltou inspiração ao excêntrico mestre nova-iorquino para deixar o roteiro menos pitoresco.
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