2 de fevereiro de 2008

Sweeney Todd - Não Perca


Além de ter seu trabalho marcado pela estética gótica, o cineasta Tim Burton também costuma flertar com a música. Em Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco Da Rua Fleet, ele constrói um longa-metragem do gênero musical completamente sombrio e gótico, tendo como base a obra escrita por Stephen Sondheim e Hugh Wheeler para um musical da Brodway.
A história começa com a volta de Benjamin Barker (Johnny Depp) a uma Londres completamente sombria. A cidade idealizada por Burton em seu filme é completamente cinza, suja e desprezível, mostrada na tela da mesma forma que seu protagonista a vê. Os únicos momentos nos quais as cores passam por seus olhos estão no passado e no sangue que jorra e escorre de suas belas navalhas.
Em meio a esta complicada trama, muito bem trabalhada e resolvida pelo roteiro de John Logan (O Aviador), temos músicas. Muitas músicas. O que é evidente, pois estamos lidando com uma produção musical. Outro elemento é a presença de Johnny Depp como o protagonista do filme. A parceria entre o ator e Burton é repetida pela sexta vez em Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco Da Rua Fleet e o público agradece. Reconhecidamente talentoso, Depp constrói um personagem denso e sombrio da forma como deve ser. Ao mesmo tempo, Helena Bohan Carter – esposa de Burton na vida real – torna-se um par perfeito na função de contar esta fábula sanguinária (que muitos dizem ter realmente acontecido). Ao mesmo tempo, o diretor escalou atores estreantes e desconhecidos para desempenhar outros importantes papéis na trama, que também cumprem suas funções com competência.
Portanto, se você é o tipo de espectador que não simpatiza com o gênero musical, recomendo que passe longe de Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco Da Rua Fleet. Mesmo porque os arranjos das canções são um tanto quanto repetitivas, apesar de bem conduzidas vocalmente pelos atores. Mas, se a admiração pelo trabalho de Tim Burton for grande – lembrando que ele já flertou com o gênero em longas anteriores, como A Noiva Cadáver (2005), A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005) -, vale a pena dar uma chance a este longa. Afinal, ele traz elementos que consagraram a fama de Burton como admirável diretor, principalmente ao conseguir transformar elementos góticos em cinema de forma magistral.

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